Casal Mundo Afora - Registros de uma viagem mundo a afora.

terça-feira, 31 de março de 2015

Travel log #6 - Australia - Brisbane



Olá! Dessa vez a versão feminina em nosso blog! Este é o primeiro post da Lisa.

Logo que chegamos na "Nova" Zelândia, me perguntei...mas onde fica a Zelândia? ...nunca tinha pensado nisso antes e, pra quem não sabe (assim como eu não sabia), fica na Holanda! Os holandeses foram os primerios a chegar nessa nova terra e foram eles quem a batizaram com esse nome. Porém só depois vieram os escoceses e finalmente os ingleses que chegaram para lutar pela posse da terra e pela expulsão dos Maoris, o povo indígena que morava ali há cerca de 400 anos.

Agora falando da nossa história, bem antes de começar nossa viagem imaginávamos sentir muitas emoções fazendo esportes radicais na NZ, mas como o preço estava salgado para viajantes low cost como nós, nos contentamos apenas em conhecer as belezas naturais do país, que aliás são inúmeras! O que não imaginávamos é que as altas emoções começariam pouco antes de deixarmos o país! Uma noite antes do vôo para a Australia, pegamos um ônibus noturno de Wellington para Auckland, o qual daria tempo suficiente para chegar na cidade e pegar outro bus para o aeroporto. Bem, pra começar quando entramos no ônibus noturno com beliches (e não com bancos estilo ônibus leito), ficamos felizes e cada um pegou uma cama, mas logo veio o comissário - aquele que viaja junto com o motorista - e, após verificar nossa passagem, pediu para escolhermos ficar ou em cima ou em baixo. Inacreditável pois a cama com apenas 90 cm de largura era para duas pessoas e a prova disso era uma cortininha que quando puxada separava bem no meio a cama.  Agora imagina viajar com um estranho e ter que dividir esse espaço!

Quando amanheceu e despertamos da noite mal dormida, percebemos a chuva, o congestionamento e o ônibus já atrasado em uma hora! E com muita oração para não perder o vôo conseguimos chegar no aeroporto uma hora antes do vôo partir, ou seja, meia hora antes de fecharem os portões de embarque. E agora? o check-in era só por máquina e precisávamos de uma atendente, pois nossa passagem era para Bali, com conexão em Brisbane (conseguimos nosso visto para Australia dias antes de sair do Brasil e o próximo destino já estava comprado para a Indonésia, mas com os vistos na mão, desistimos de Bali para descer em Brisbane e assim precisávamos pedir que despachassem as bagagens em Brisbane e isso não tinha como fazer numa máquina)!
Quando finalmente conseguimos uma atendente, ela imprimiu nossas passagens, deixou em cima do balcão, disse alguma coisa e saiu. Faltavam 15 minutos para fechar os portões de embarque. Eu disse ao Everton..."mas onde ela foi?" "Nao sei! Ela disse hold on (espere)!" Quando estávamos 15 minutos esperando ela voltar, fiquei desesperada e fui atrás da donzela, entrei num corredor e na primeira porta que olhei lá estava ela... implorei por ajuda e ela só disse "o que voces ainda fazem aqui?" Ela foi muito rude em nos deixar esperando, sem orientação alguma! Mas com ajuda de outra funcionária, que nos indicou pra onde ir, corremos tanto que eu quase infartei, porém conseguimos entrar no avião, que felizmente estava atrasado! Caso contrário, teríamos perdido essse vôo!

Chegamos ao país que eu tanto queria conhecer e na primeira casa que ficamos, descobrimos que uma cobra de mais ou menos 3 metros mora no porão da casa. Se eles tem medo? Não, pois elas fazem parte da natureza do país e eles conseguem conviver muito bem com elas desde que saibam que não é perigosa. Por aqui existe até a carrocinha das cobras, caso não queira conviver com uma cobra no quintal, basta contratar o serviço que o pessoal vem, captura ela e a larga a uns 1000 metros de distância, já que é proibido matar ou largar a mais de 1 km de onde foi capturada. Está aí um trabalho que eu não poderia fazer!

Passeando por Brisbane, uma cidade do tamanho de Curitiba, pegamos um ferry até South Bank, e ficamos maravilhados quando nos deparamos com uma praia artificial no meio da cidade, a beira do rio Brisbane, um lugar com cadeiras para tomar sol, gramado para quem quer sol sem se molhar, mesas de piquenique, diversos brinquedos com água para crianças. Foi nesse lugar que vimos um lagarto de mais de meio metro e pássaros grandes e diferentes. Também nesse lugar turísitico, se cultivam algums temperos e hortaliças, e quando colhem, colocam num carrinho para quem quiser levar.

Em outra casa que ficamos, a mulher tinha uma criação natural de aranhas! Pense em umas senhoras aranhas! Primeiro vem a emoção do susto e depois de saber que não são perigosas vem a emoção de conseguir um bom ângulo para a foto. Aranhas do tamanho da palma da minha mão com teias de mais de um metro, que construíam de uma árvore a outra. Acho que a dona da casa se arrependeu de nos mostrar as aranhas no quintal, pois nos disse "só não vão me chamar de Senhora Aranha!". Pra nós esses animais são estranhos mesmo e o mais estranho é o convívio com eles. Por aqui também vimos perus selvagens circulando pelas casas, eles costumam destruir as hortas dos moradores, além de um pássaro estranho, que faz com que os ciclistas usem um capacete com pontas metálicas, pois esse pássaro ataca a cabeça das pessoas quando eles estão com filhotes, é uma forma de proteger seu território!

Na terceira casa que ficamos fui ajudar a mulher no jardim, vesti minhas botas e um chapeu emprestado. Quando terminamos tirei as botas e vi uma sanguessuga em cada tornozelo. Isso não foi uma emoção nada boa! Tentei tirar com um chinelo mas não consegui e ai griteiii!!! O Everton arrancou com a mão o bicho mais asqueroso que conheci até então! Para estancar o sangue aprendi que se coloca um pedacinho de papel higiênico no ferimento.

Ontem foi aniversário do Everton! Teve bolo de chocolate e jantar com pizza e cerveja. Estamos hospedados numa fazenda, assim teve pouca gente mas muitos convidados: nossa anfitriã e nós, um cão, duas galinhas, um galo, duas vaquinhas, um bezerro e os três porquinhos...ahh...já ia me esquecendo ...e a cobra! Essa nem a dona da casa sabia! Foi o presente de aniversário mais emocionante que o Everton já teve, nunca o tinha visto levar um susto tão grande: era de manhã e ele estava na varanda da casa, então ergueu um colchonete de yoga que estava enrolado e nisso viu a cobra! Só deu tempo de pular pra trás! Até que era bem bonita, com desenhos geométricos e medindo uns 80 a 90 cm. Nossa anfitriã vestiu suas botas e pediu para nos afastarmos, então ela pegou uma vassoura e chegou mais perto da cobra e viu que não era venenosa, assim a tocou dali e foi se esconder no deck debaixo da varanda.  

Obs: Como a conexão com a Internet aqui é bem lenta e limitada, não vamos conseguir postar as fotos agora! Mas assim que der, vamos publicá-las!

Um beijo!  

Lisa

domingo, 22 de março de 2015

Travel log #5 - Obrigado Nova Zelândia!



Já estamos nos despedindo deste maravilhoso país para nosso próximo destino, a Austrália. Quase um mês aqui que passou muito rápido! Muitas amizades, diferentes culturas, inigualável beleza natural a pessoas muito, muito educadas! Já estamos sentindo saudades desta terra de tantas atrações, como rios e lagos de águas totalmente transparentes, glaciers (geleiras), vulcões, águas quentes espirrando da terra, piscinas de lama e uma infraestrutura incrível para receber bem os turistas.

O país tem aproximadamente 4.5 milhões de habitantes, e em geral, cerca de 3 milhões de turistas passam aqui todos os anos... O Brasil deveria aprender com os Kiwis como se pode ganhar dinheiro com o turismo de forma honesta e não como ocorre em nosso país, onde o turista (principalmente o estrangeiro) é sempre explorado! Aqui eles nos atendem sempre muito bem! A cada porção de quilômetros nós encontrávamos paradas com banheiros públicos limpos, muitas áreas de camping com infraestrutura completa para atender desde simples barracas a luxuosos motor homes.

Mas antes de nossa despedida, mais alguns lugares maravilhosos que visitamos.

Queenstown - Um dos lugares mais charmosos do país
Antes mesmo de sairmos do Brasil, já tinhamos ouvido falar deste pedaço de terra que é um pequeno paraíso. Na verdade, é difícil escolher "o" lugar mais bonito devido à grande diversidade deste país, mas Queenstown é sem dúvidas um dos lugares mais belos aqui. Uma cidadezinha bem turística e isolada, banhada por um lago de águas límpidas que atrai milhares de turistas pelas belezas naturais e pelos esportes radicais. A cidade respira adrenalina em meio às dezenas de lojas que vendem pacotes para as mais variadas maluquices!




E bem no topo da vila, uma montanha com um teleférico levando ao pico.  Uma vista deslumbrante! De lá partem asa-deltas e paragliders que tentam pousar em um alvo detro lago. Um show com muitos espectadores, torcida e aplausos ao entardecer. Queríamos chegar ao topo, mas ao invés de irmos da forma fácil (de teleférico), decidimos por queimar um pouco de energia e subimos a pé até lá.  Nada muito difícil, mas só chegamos depois de duas horas mata a dentro. Conforme subíamos, a vista se transformava e tornava-se cada vez mais bela, sem contar os Mountain bikers que avistávamos descendo a toda velocidade em trilhas paralelas.



Incrível lugar, recomendamos a todos! Embora os preços sejam um pouco mais caros se comparados ao restante do país (até pela distância), é possivel encontrar hostels com preços bem acessíveis.

Costa oeste e parque nacional Abel Tasman

Em Queenstown fizemos algo que estavam nos recomendando desde que chegamos à Ilha Sul: alugamos um carro. Ficamos 4 dias com o carro e pudemos conhecer toda a costa oeste da ilha, onde encontramos paisagens dignas de cartões postais. Praias lindas e desertas, uma imensa costa com raras casas e praticamente nenhum habitante.

No meio do caminho havia uma geleira
Algo dificil de explicar é um glacier, que é como se fosse um iceberg, mas ao invés de estar no mar, ele fica na terra. Visitamos o Fox Glacier, um geleira enorme, com centenas de quilômetros de extensão. 



Esta geleira se espreme em um vale, entre altas montanhas e fica lá, se derretendo aos poucos. É incrível que, mesmo em uma temperatura consideravelmente alta (cerca de 15°C), a montanha de gelo continue 'gelo', embora a cada ano ela reduza um pouco de tamanho.

Abel Tasman


Ao extremo norte da ilha sul encontra-se o parque nacional mais famoso do país, o Abel Tasman. A infraestrutura deste gigantesco parque é algo inimaginável. As pesoas muitas vezes ficam dias caminhando nas trilhas e acampanho no meio do caminho. Todas as trilhas são extremamente bem demarcadas e a cada determinada distância, existem os Huts (ou Cabanas), que são alojamentos públicos mantidos pelo departamento de conservação com banheiros, cozinhas, quartos com camas e colchões e tudo na mais perfeita ordem. Existe um esquema de reserva para estes Huts, em que você pode fazer de acordo com o seu trajeto dentro do parque. Alguns trajetos podem durar mais de uma semana e fico pensando em como deve ser bom encontrar esta estrutura te esperando após horas de caminhada na mata preservada. Quem não quer utilizar os huts, pode simplesmente montar a barraca a aproveitar toda a infraestrutura provida. Infelizmente só tivemos um dia para visitar o parque, então optamos por pegar um barco para ver toda a extensão do parque, além de uma colônia de focas em uma pequena ilha. Ainda tivemos um tempinho para fazer uma curta trilha de duas horas! Nada mal... :)

Um jeito alternativo (e barato) de viajar.
Já tinhamos lido a respeito, mas demoramos muito pra começar a experimentar este tipo de transporte: carona. Como é facil pegar carona aqui! A carona mais rapida que pegamos foi em 3 minutos e a mais demorada foi à noite, em uma pequena vila no meio do nada: 15 minutos! Acho que ainda estávamos com aquele preconceito sobre segurança e se seria realmete possivel percorrer grandes distâncias desta forma e acreditem, teríamos economizado alguma centena de dolares se tivéssemos começado antes a pedir caronas! Todas as pessoas que conhecemos foram muito cordeais e prestativas e tivemos ótimas conversas enquanto viajávamos! Fica a dica: caronas realmente funcionam na Nova Zelândia! :)


O que mais gostamos na Nova Zelândia
Como já falamos em nossos outros posts, tudo aqui é muito agradável, a simpatia, hospitalidade e cordialidade das pessoas foi algo que nos marcou muito, sem contar os extremos da natureza que só existem aqui. Este é realmente um local para guardarmos na memória!

O que menos gostamos
- O que percebemos desde o início foi a ausência do café da manhã nos hostels, algo tão comum na Europa e até no Brasil. Ao invés de proverem café da manhã, entretanto, os hostels dispõem de cozinhas completas de livre acesso aos hóspedes. Assim, cada um pode peparar suas próprias refeições.

- Sistema de ônibus públicos - Diferentemente do Brasil, o ônibus intermunicipais não são tão frequentes, e muitas vezes é necessário fazer conexões entre cidades. Muito provavelmente devido à pequena população do país e aos baixíssimos preços dos carros. É possivel comprar carros usados japoneses (por exemplo Honda, Nissan) por pouco mais de 2 mil dólares, nada mal, não é?

E assim nos despedimos da Nova Zelândia... 

THANK YOU VERY MUCH KIWIS!

sábado, 14 de março de 2015

Travel log #4 - Nova Zelândia - Capital e ilha sul

Antes de rumarmos para a ilha sul - a parte menos habitada, porém maior - fizemos uma parada de três noites em Wellington, a capital. A primeira surpresa se deu ao sairmos do ônibus,  pelas 22h: Um frio com muito vento, o que fazia a temperatura parecer ainda mais baixa. Nós que havíamos deixado Napier sob um forte calor, não estávamos esperando tamanho frio.

Mas nós deveríamos estar preparados. Ainda em Rotorua, nos explicaram que devido à posição da cidade - de frente para o sul, sobressaindo-se do restante da costa e recebendo diretamente os ventos polares - a cidade é conhecida pelos fortes ventos e clima instável. O apelido da cidade é Windy Welly, uma referência aos ventos que ali assopram.

A cidade é bela, muito bem estruturada e banhada pelo límpido e esverdeado Oceano Pacífico. Ahh Pacifico! Que cor linda ele tem!

Em Wellington, nossos anfitriões Phill e Marie-Claire nos apresentaram a um brasileiro que mora na cidade. Pra nossa sorte era domingo e ele tirou o dia para nos mostrar vários lugares da capital. O Eduardo é mineiro e trabalha há uns 4 anos no país. Ele se sente muito realizado em viver aqui e disse que não pensa em voltar ao Brasil. Pudemos conhecer com ele e sua namorada Matilde diversos locais interessantes que seriam muito mais difíceis de chegar sem carro.

No dia seguinte, acabamos não conseguindo aproveitar a cidade em sua plenitude, pois precisávamos acertar muitas coisas ainda do Brasil que ficaram por resolver e também os próximos destinos. Nem só de passeios se faz uma viagem ao mundo! Quase diariamente temos que parar e planejar os próximos dias.



Uma das coisas que nos chamou a atenção foi uma rua com o nome Everton em Wellington! Sim, e além da rua, alguns condomínios com este nome. Podem procurar no Google Maps! Está lá em Wellington!

Nelson - Primeira parada da ilha sul

Bem cedo, no dia seguinte, acordamos pra pegar o ferry para a ilha sul. Apesar de serem apenas 90 km distantes uma da outra, a travessia demora 3,5h. O ferry mais parecia um navio de cruzeiro - guardadas as devidas proporções - bem estruturado com restaurantes e até cinema! Foi ali dentro que tivemos que pela primeira vez pedir uma carona! Não tínhamos conseguido passagrns de ônibus para o próximo destino após o ferry e então lá foi a Lisa com um cartaz pedindo carona dentro do barco. É claro que pra esses assuntos é mais fácil uma mulher ganhar uma carona! E nem 3 minutos depois ela volta dizendo que tinha conseguido a carona com um casal estadunidense que tinham alugado um carro e tambem estavam viajando.

Após nossa carona de mais de 200km, chegamos ao nosso destino. Nelson é uma cidadezinha pequena muito acolhedora e com o maior porto de pesca da ilha sul. Ficamos em uma casa com um visual incrivel da baía, bem de frente para o canal onde passam os barcos. Nossa anfitriã Judy nos levou para conhecer locais incriveis e o Everton aproveitou pra nadar um pouco e o cachorrinho dela foi junto.




Estas raízes são de árvores que sempre estiveram aí, mas conforme o mar foi avançando, as arvores acabaram morrendo e a faixa de areia foi se ampliando.

Com exceção daquela carona, temos viajado de ônibus.

Christchurch - A cidade do terremoto.

Em meio às belezas do país, esta cidade chamou muito a atenção pela faixa de destruição deixada por terremotos em 2010 e 2011. Além das 186 mortes, grande parte dos predios da área central teve sua estrutura comprometida e já foram ou serão demolidos. A cidade tem um plano ambicioso de reconstrução total das areas afetadas, chamado de re:Start (recomeço). Esta foi a primeira cidade da Nova Zelândia. Fundada em 1856, é ainda hoje conhecida como a cidade de maior influência britânica.



A sensação que dá ao percorrermos a cidade é estranha. Diversas quadras sem nenhuma construção, locais que antes abrigavam prédios e davam empregos a muitas pessoas, transformados apenas em quadras vazias. Ainda há muitos prédios condenados que necessitam ser demolidos e este trabalho ainda levará muitos anos.

Também encontramos casas abandonadas - ainda com o carro na garagem - locais interditados pelo risco de cairem a qualquer momento.





Na casa da nossa anfitriã Averil pudemos observar várias rachaduras cusadas pelos terremotos . Segundo ela, tecnologia japonesa está sendo utilizada nos projetos dos novos prédios que serão erguidos na cidade. Ninguém melhor que os japoneses pra entender de terremotos.

-------
Comentários:

1) Temos recebidos alguns pedidos de publicações mais frequentes no blog, mas nem sempre conseguimos encontrar tempo (ou Internet) pra fazer isso. Como bem apontado pelo Rodrigo (irmão da Lisa), isso aqui está mais para um semanário do que um diário de bordo. Pensando nisso resolvemos alterar o nome de 'Diário de Bordo' para 'Travel Log'. Acho que faz mais sentido!

2) A seção de fotos do site é geralmente atualizada em momentos distintos do restante do conteúdo. Por isso, mesmo que as vezes aparentemente não haja atualização do blog, dê uma olhada na fotos (no menu), pois podem haver fotos fresquinhas lá!

3) Nos próximos dias pegaremos um carro para fazer a costa oeste da ilha sul em 4 dias. Então, não sabemos quando será a próxima publicação. Além disso, se ouvirem uma notícia que há um furacão se aproximado da Nova Zelândia, não se preocupem, pois ele está se dirigindo à ilha norte, sem previsões de aparecer por aqui.

domingo, 8 de março de 2015

Travel log #3 - Nova Zelândia - Em direção ao Sul


Antes de rumarmos em direção ao Sul para visitar a capital da Nova Zelândia,  fomos obrigados a fazer uma parada em uma cidade bem charmosa, chamada Napier. Esta cidadezinha estilo Art-Deco faz nos sentirmos nos anos 20, 30 devido às fachadas, as lojas e todo o charme do local. Um lugar peculiar com uma praia linda, diferente do que estamos acostumados no Brasil - ao invés de areia,  pedras... pequenas pedras escuras formam a orla em toda sua extensão,  que deve ser de uns 10 km.



Ao chegarmos lá, percebemos que todos os hotéis estavam lotados e a senhora que nos recepcionou comentou que tivemos sorte de pegar as duas ultimas camas do hostel. A cidade estava cheia para a copa do mundo de cricket que está acontecendo no país - e Napier é uma das cidades-sede - e bem no fim de semana que chegamos, seria o jogo entre a Nova Zelândia e a Austrália, países que tem muito em comum, mas uma grande rivalidade nos esportes, no estilo Brasil X Argentina.



Mas porque tivemos que parar em Napier? Deixamos pra comprar a passagem de Rotorua para Wellington em cima da hora... e adivinha? Todas esgotadas! Mas isso faz parte da aventura! Graças ao ocorrido, tivemos uma feliz coincidência de reencontrar um casal canadense que tínhamos conhecido em Rotorua, na casa de nossos anfitriões... Eles estão viajando o país com um motorhome e nos reconheceram quando estávamos tirando uma foto em uma praça de Napier. Acabamos em um Pub irlandês, com boa cerveja, boa conversa e muitas risadas. No dia seguinte me lembrei várias vezes de uma frase que ouvi do Paulão, da banda Velhas Virgens: "Eu nunca fiz amigos bebendo leite"!



Para refletir... Por que não funciona no Brasil?

No caminho para nosso destino, observando a geografia unica desta Terra, eu me peguei pensando em como este país consegue ter estradas em tão perfeitas condições e uma infraestrutura fantástica, tendo apenas 4.5 milhões de habitantes. Como eles conseguem com tão pouca gente, construir e manter tudo isso? O Brasil com seus 200 milhões de pessoas deveria ser um exemplo, já que arrecada tanto em impostos. Deveriamos ser capazes de, no mínimo, manter boas estradas e não cobrar pedágio por isso.
Não quero iniciar aqui uma discussão sobre os oPorTunistas que estão no poder, até porque me sinto leve por não estar acompanhando o dia-a-dia fétido da política brasileira, mas é algo a se pensar. Se aqui dá certo, por quê não funciona no Brasil?



Além das estradas de excelente qualidade (já rodamos ums 500km e ainda não vimos um buraco no asfalto), é impressionante a quantidade e qualidade dos banheiros públicos em todas as cidades que visitamos. Todos com papel higiênico, toalhas de papel, sabão e cheirinho de limpeza. Alguns tocavam até musica clássica ao entrarmos.




Outra coisa impressionante: Em vários locais do país há uma espécie de cozinha ao ar livre. Nesta abaixo, por exemplo, um casal preparava o almoço em uma chapa a gás, sob um toldo, com mesas e pia, de frente para o mar. De graça.



Estaria o povo brasileiro preparado para utilizar espaços assim de forma civilizada? Acho que não preciso dizer que não havia nenhum carro com o porta malas aberto tocando funk no último volume.

Aqui as pessoas respeitam muito a coletividade. As cidades são quietas e isso transmite uma paz muito grande... Me lembro sem sentir saudades dos carros no Brasil competindo qual tem o som mais alto. Isso simplesmente não existe aqui.



sexta-feira, 6 de março de 2015

Travel log #2 - Nova Zelândia - Rotorua

Rotorua - A cidade dos Geysers

Depois de nossa estadia em Birkenhead, um bairro residencial de Auckland, onde passamos dias adoráveis com o Greg e a Shayne, partimos para nosso próximo destino: Rotorua.

Rotorua é uma cidade pequena, pouco mais de 60 mil habitantes e vive praticamente do turismo, embora existam algumas indústrias de pequeno porte.

Enquanto andávamos pelas ruas da cidade, ficou evidente o número de turistas na cidade. São muitos os mochileiros que encontramos. Não duvido que hajam mais turistas do que moradores na cidade.





O que torna esta cidade tão procurada?

Embora a natureza seja belíssima e a oferta de esportes radicais abundante,  o grande diferencial aqui são os Geysers, as piscinas de lama borbulhante e os varios buracos no chão expelindo vapor. O que nos chamou a atenção de cara foi o forte cheiro de enxofre, que brota junto com o vapor que sai do solo.



Sabe aquele cheiro de PUM? Pois em vários pontos da cidade a gente se deparou com uma 'bufa' natural, característico do enxofre... Quanto mais nos aproximamos das fontes de vapor e lama, mais forte o cheiro. Ouvimos uma brincadeira de uma pessoa que não mora na cidade, que a cidade as vezes é chamada de 'Rotten-rua', sendo que 'rotten' significa 'podre' em inglês.



Mas apesar do cheiro, que inicalmente até dá uma certo mal estar, você acaba se acostumando com isso e passa a aproveitar a cidadezinha que tem um estilo bem acolhedor de cidade do interior. Há muito artesanato aqui e objetos da cultura Maori - o povo que habitava a ilha antes dos ingleses invadirem o país.



Falando nos Maoris, fomos assistir a uma performance mostrando as tradições de centenas de anos e o show valeu a pena! Isso foi no parque Te Puia, o local onde existe o maior geyser do hemisfério sul em atividade. Muito interessante ver toda essa atividade vulcânica - se é que posso chamar assim - ainda acontecendo. Vimos campos enormes com vapor e águas borbulhantes, piscinas de lama 'fervendo' a quase 100° C e o geyser expelindo água a uma altura de uns 20m, duas vezes por hora.



Mas não é necessario de deslocar muito pra ter esta experiência, no centro da cidade tem um parque com diversas fontes de vapor e lama borbulhantes,  de graça! Ainda encontramos algumas pequenas piscinas de águas termais pra refrescar (ou esquentar) os pés.



Outra atração interessante é a 'burried village' ou a 'vila enterrada'. É uma vila que foi praticamente soterrada pelas cinzas expelidas de um vulcão próximo. As cinzas foram tantas que as casas só ficaram com os telhados de fora e muitos acabaram morrendo asfixiados. Isso aconteceu há pouco mais de 100 anos.

Dirigindo do lado errado!

A família que nos recebeu, fez questão de nos emprestar um carro para dirigirmos até a cidade, já que eles vivem numa pequena fazenda há uns 8 km da cidade. A Tina e o Don são muito especiais e assim como os outros Neozelandeses, equilibram muito bem a vida profissional e a vida pessoal. Além disso, fomos os primeiros 'guests' a ficarem na casa deles. O Don é um ex-atleta olímpico da Nova Zelândia, do esporte Kayak Slalom e continua praticando o esporte cerca de 4 a 5 vezes por semana em um rio maravilhoso perto da fazenda.


E lá fui eu pra minha primeira vez!
A única coisa semelhante aos carros do Brasil são os pedais de embreagem, freio e acelerador. Pra ligar o carro, trocar as marchas e até ligar o pisca, tudo do lado oposto!
E lá ia eu ligando o limpador de para-brisa a cada vez que queria ligar as setas... No final deu tudo certo conosco, mas que é estranho, é!