Olá! Dessa vez a versão feminina em nosso blog! Este é o primeiro post da Lisa.
Logo que chegamos na "Nova" Zelândia, me perguntei...mas onde fica a Zelândia? ...nunca tinha pensado nisso antes e, pra quem não sabe (assim como eu não sabia), fica na Holanda! Os holandeses foram os primerios a chegar nessa nova terra e foram eles quem a batizaram com esse nome. Porém só depois vieram os escoceses e finalmente os ingleses que chegaram para lutar pela posse da terra e pela expulsão dos Maoris, o povo indígena que morava ali há cerca de 400 anos.
Agora falando da nossa história, bem antes de começar nossa viagem imaginávamos sentir muitas emoções fazendo esportes radicais na NZ, mas como o preço estava salgado para viajantes low cost como nós, nos contentamos apenas em conhecer as belezas naturais do país, que aliás são inúmeras! O que não imaginávamos é que as altas emoções começariam pouco antes de deixarmos o país! Uma noite antes do vôo para a Australia, pegamos um ônibus noturno de Wellington para Auckland, o qual daria tempo suficiente para chegar na cidade e pegar outro bus para o aeroporto. Bem, pra começar quando entramos no ônibus noturno com beliches (e não com bancos estilo ônibus leito), ficamos felizes e cada um pegou uma cama, mas logo veio o comissário - aquele que viaja junto com o motorista - e, após verificar nossa passagem, pediu para escolhermos ficar ou em cima ou em baixo. Inacreditável pois a cama com apenas 90 cm de largura era para duas pessoas e a prova disso era uma cortininha que quando puxada separava bem no meio a cama. Agora imagina viajar com um estranho e ter que dividir esse espaço!
Quando amanheceu e despertamos da noite mal dormida, percebemos a chuva, o congestionamento e o ônibus já atrasado em uma hora! E com muita oração para não perder o vôo conseguimos chegar no aeroporto uma hora antes do vôo partir, ou seja, meia hora antes de fecharem os portões de embarque. E agora? o check-in era só por máquina e precisávamos de uma atendente, pois nossa passagem era para Bali, com conexão em Brisbane (conseguimos nosso visto para Australia dias antes de sair do Brasil e o próximo destino já estava comprado para a Indonésia, mas com os vistos na mão, desistimos de Bali para descer em Brisbane e assim precisávamos pedir que despachassem as bagagens em Brisbane e isso não tinha como fazer numa máquina)!
Quando finalmente conseguimos uma atendente, ela imprimiu nossas passagens, deixou em cima do balcão, disse alguma coisa e saiu. Faltavam 15 minutos para fechar os portões de embarque. Eu disse ao Everton..."mas onde ela foi?" "Nao sei! Ela disse hold on (espere)!" Quando estávamos 15 minutos esperando ela voltar, fiquei desesperada e fui atrás da donzela, entrei num corredor e na primeira porta que olhei lá estava ela... implorei por ajuda e ela só disse "o que voces ainda fazem aqui?" Ela foi muito rude em nos deixar esperando, sem orientação alguma! Mas com ajuda de outra funcionária, que nos indicou pra onde ir, corremos tanto que eu quase infartei, porém conseguimos entrar no avião, que felizmente estava atrasado! Caso contrário, teríamos perdido essse vôo!
Chegamos ao país que eu tanto queria conhecer e na primeira casa que ficamos, descobrimos que uma cobra de mais ou menos 3 metros mora no porão da casa. Se eles tem medo? Não, pois elas fazem parte da natureza do país e eles conseguem conviver muito bem com elas desde que saibam que não é perigosa. Por aqui existe até a carrocinha das cobras, caso não queira conviver com uma cobra no quintal, basta contratar o serviço que o pessoal vem, captura ela e a larga a uns 1000 metros de distância, já que é proibido matar ou largar a mais de 1 km de onde foi capturada. Está aí um trabalho que eu não poderia fazer!
Passeando por Brisbane, uma cidade do tamanho de Curitiba, pegamos um ferry até South Bank, e ficamos maravilhados quando nos deparamos com uma praia artificial no meio da cidade, a beira do rio Brisbane, um lugar com cadeiras para tomar sol, gramado para quem quer sol sem se molhar, mesas de piquenique, diversos brinquedos com água para crianças. Foi nesse lugar que vimos um lagarto de mais de meio metro e pássaros grandes e diferentes. Também nesse lugar turísitico, se cultivam algums temperos e hortaliças, e quando colhem, colocam num carrinho para quem quiser levar.
Em outra casa que ficamos, a mulher tinha uma criação natural de aranhas! Pense em umas senhoras aranhas! Primeiro vem a emoção do susto e depois de saber que não são perigosas vem a emoção de conseguir um bom ângulo para a foto. Aranhas do tamanho da palma da minha mão com teias de mais de um metro, que construíam de uma árvore a outra. Acho que a dona da casa se arrependeu de nos mostrar as aranhas no quintal, pois nos disse "só não vão me chamar de Senhora Aranha!". Pra nós esses animais são estranhos mesmo e o mais estranho é o convívio com eles. Por aqui também vimos perus selvagens circulando pelas casas, eles costumam destruir as hortas dos moradores, além de um pássaro estranho, que faz com que os ciclistas usem um capacete com pontas metálicas, pois esse pássaro ataca a cabeça das pessoas quando eles estão com filhotes, é uma forma de proteger seu território!
Na terceira casa que ficamos fui ajudar a mulher no jardim, vesti minhas botas e um chapeu emprestado. Quando terminamos tirei as botas e vi uma sanguessuga em cada tornozelo. Isso não foi uma emoção nada boa! Tentei tirar com um chinelo mas não consegui e ai griteiii!!! O Everton arrancou com a mão o bicho mais asqueroso que conheci até então! Para estancar o sangue aprendi que se coloca um pedacinho de papel higiênico no ferimento.
Ontem foi aniversário do Everton! Teve bolo de chocolate e jantar com pizza e cerveja. Estamos hospedados numa fazenda, assim teve pouca gente mas muitos convidados: nossa anfitriã e nós, um cão, duas galinhas, um galo, duas vaquinhas, um bezerro e os três porquinhos...ahh...já ia me esquecendo ...e a cobra! Essa nem a dona da casa sabia! Foi o presente de aniversário mais emocionante que o Everton já teve, nunca o tinha visto levar um susto tão grande: era de manhã e ele estava na varanda da casa, então ergueu um colchonete de yoga que estava enrolado e nisso viu a cobra! Só deu tempo de pular pra trás! Até que era bem bonita, com desenhos geométricos e medindo uns 80 a 90 cm. Nossa anfitriã vestiu suas botas e pediu para nos afastarmos, então ela pegou uma vassoura e chegou mais perto da cobra e viu que não era venenosa, assim a tocou dali e foi se esconder no deck debaixo da varanda.
Obs: Como a conexão com a Internet aqui é bem lenta e limitada, não vamos conseguir postar as fotos agora! Mas assim que der, vamos publicá-las!
Um beijo!
Lisa