Casal Mundo Afora - Registros de uma viagem mundo a afora.

sábado, 4 de julho de 2015

Travel log #18 - Vietnam - parte 2



(Por Lisa)

Chegamos no Vietnam com planos para ficar 12 dias, mas no geral gostamos do que encontramos e ficamos num total de 20 dias.

O que mais gostamos foi o preço das coisas e comidas! Graças à influência francesa encontramos muito baguete! Os sanduíches eram com recheios bem variados: carne de porco moida com cenoura ralada e salsinha inteira, mortadela de porco com fatias de pepino e tomate, bacon com ovo mexido...mas nada de queijo por aqui! Francês é a terceira língua mais falada, pelo menos entre os mais antigos, já que a França tentou se adonar dessas terras por duas vezes na história do Vietnam.

Das comidas locais experimentei de tudo um pouco! Em geral as comidas são servidas num único prato como o PHO (sopa de macarrão com canja de galinha, carne e cebolinha), o CAO LÁU (macarrão, carne de porco, broto de feijão, alface, folhas de hortela, cebolina e baconzitos), SPRING ROLLS (carne de porco moida, cenoura ralada, camarão triturado, cogumelos cortado fino...tudo misturado e colocado numa folha de papel de arroz, a qual se enrola e frita!) Delicioso! Papel de arroz foi uma ótima invenção deles e segundo os Vietnamitas só se produz aqui! Por ser um papel comestível, eles também embalam as balas de côco. Assim ficou mais fácil comer bala! E essas compramos no passeio de barco pelo delta do Rio Mekong, onde visitamos algumas ilhas e suas produções locais. Aqui se come muita fruta desidratada, e uma que gostamos muito foi o côco. Muitas das frutas frescas são vendidas já sem casca como o abacaxi, a melancia e a manga. Também comi OVO GALADO (ovo de embrião de galinha)! Precisei de uma dose de coragem, mas acreditem: não é nojento, é diferente!!! Se come com a ajuda de colher e um caldo de limão com pimenta vermelha! Tipo de coisa que se come pelo menos uma vez na vida...se a oportunidade aparecer como foi pra mim! Quer algo nojento? Comer um sanduiche que vem envolto por um papel de rascunho riscado com caneta, ao invés de vir num guardanapo!



Nas grandes cidades não tivemos coragem de alugar moto e mesmo atravessar a rua a pé é uma aventura radical! À primeira vista o trânsito é caótico! Nunca tinha visto tanta moto por metro quadrado! Mas depois se percebe que tudo flui... Ninguem pára! Pedrestre cruza a rua sem correr, as motos só diminuem a velocidade e desviam, os carros também... porém os carros são autoridade e muito respeitado pelas motos. Motos não respeitam sinal de trânsito, nem faixa de pedestre, nem se estão andando nas calçadas ou na contra mão! Mas fazem uma coisa bem legal: não andam em ziguezague entre os carros! Talvez esse seja um dos motivos de não termos visto um único acidente!



Em Ho Chi Minh fizemos a massagem vietnamita com os cegos! Visitamos os famosos túneis "Cu Chi Tunels" que foram construídos com cerca de 200 km de extensão onde se abrigavam os vietkongs durante a guerra que terminou em 1975. Esses túneis tinham saídas de ar a cada 30 metros e isso facilitava um vietkong a atirar e em seguida se esconder, sair por outro buraco e atirar novamente deixando um soldado americano confuso de onde vinham os tiros, pois quando se virava a procura não encontrava nada! Foram muitas as armadilhas usadas pelos vietkongs, coisas simples porem fatais! O Viet Nam faz jus ao seu nome que significa Super Homem. Segundo nosso guia turístico, os vietkongs resistiram aos 10 anos de guerra em túneis pelo fato de conseguirem ficar agachados por tanto tempo, ali eles moravam, lutavam e até dormiam assim. Isso é por conta da forte cultura de ficar agachados! Vimos nas ruas eles trabalhando agachados, cozinhando, preparando comida, limpando peixe, consertando moto e bicicleta, lavando louça...qualquer outra coisa que um ocidental faria sentado numa cadeira. Bem, os banheiros públicos ainda são assim, um vaso sanitário enterrado onde é preciso pisar nas bordas do vaso e se agachar.



Nessa cidade tambem visitamos o museu da guerra, onde é muito triste ver fotos de pessoas que nasceram com vários problemas fisicos e até mentais por conta do "agente laranja", um veneno americano que foi pulverizado sobre o país e que em contato com uma pessoa, seja direto ou por meio de alimento ou água contaminada, causava deformação genética nas gerações seguintes. Infelizmente isso teve consequências que se extenderam por mais de 30 anos após terminada a guerra.



Viajando de ônibus pelo país, vimos que cultura bonita que eles tem! Todos devem tirar os calçados e colocar numa sacola plástica ao entrar no ônibus. Esses são os chamados "ônibus para dormir". São bancos beliches e acompanham um travesseirinho, uma cobertinha e uma garrafinha de água!

Visitamos a praia de Nha Trang, onde sem muito o que fazer ali descobrimos um spa onde tivemos nosso dia de luxo na viagem. Passamos 4 horas nos entretendo com piscinas de lama, piscinas de água quente e piscinas maiores de água morna com cascata. Super terapêutico e pagando pouco, se comparado a qualquer coisa no Brasil.

Seguimos para Hue, mas a visita à antiga Citadel não valeu o preço da entrada. Havia falta de informações, um total despreparo para receber turistas e olha que estava cheio deles! Não haviam mapas, placas, pessoas para dar informações e ainda pagamos mais caro que os turistas locais, só por sermos estrangeiros.

Dali, chegamos em Hanoi para irmos as tão famosas ilhas do Vietnam. Escolhemos Cat Ba, compramos uma passagem "combo", onde andamos cerca de 5 h de ônibus, meia hora de barco alta velocidade e mais uma ônibus até o centrinho da ilha, com os hoteis e restaurantes. No dia seguinte fizemos o esperado passeio de um dia de barco, escolhemos aquele recomendado pelo guia Lonely Planet e não nos arrependemos. O barco era confortável, só havia turistas ocidentais, a comida foi excelente...melhor almoço da viajem e o guia Vietnamita tinha um bom inglês! Pela manhã passamos ao lado das vilas flutuantes, habitadas por pescadores. Só o fato de andar entre as gigastesas ilhas de pedras já pagou o passeio. O barco atracou numa praia deserta onde todos pularam na água, e saimos mergulhando com snorkel ate a beira da praia. Depois de uma 1:30 h de descanso por ali, o barco nos levou até os caiaques. Atracou, almoçamos dentro do barco e cada dupla remou num caiaque. O guia nos conduziu e atravessamos duas cavernas. Após cruzar a segunda, nos deparamos com um lugar cercado por montanhas de pedras, era uma lagoa escondida! Olhando para o alto das arvores que crescem ali, vimos macacos nos galhos e olhando para baixo... em volta do caiaque, uma infinidade de águas-vivas! Ao vivo e a cores! Tinha água-viva amarela, azul, marrom, branca, preta! Foi pura emoção! Sabe aquela mistura de novidade com medo?! Cair ali seria fatal! Ficamos um tempo parados vendo elas se movimentarem. Fomos até audaciosos fazendo um vídeo subaquático delas! De volta ao barco, ele foi em direção à Ha Long Bay, baía bem famosa e visitada. Porém, a tempestade prevista para o dia seguinte se antecipou. O tufão Kujira que chegou na China e seguiu pelo Vietnam como tempestade tropical, deixou rastros sentidos por km de distância. Muito vento e chuva forte trouxe a emoção das ondas altas. Ali, assistimos a uma fila de centenas de barcos pesqueiros que fugiam do alto mar em direção a algum rio em busca de abrigo. Chegamos bem ao hotel, mas a chuva e o vento fortíssimo só pararam mais de 24 horas depois.



A última cidade que visitamos foi Sapa, um lugarejo rural bem ao norte do Vietnam e perto das cordilheiras que fazem divisa com a China. Nos hospedamos num homestay em Ta Van à 12 km de Sapa. Ficamos 2 dias andando pelas trilhas que cortavam os arrozais onde residem vários grupos étnicos, cada qual com suas roupas, comidas, culturas e artesanatos! Crianças carregando bebês nas costas amarrados por panos foi uma das cenas que mais me chamaram a atenção! O clima dessa região era bem ameno, com temperatura gostosa porém estava chuvoso e o jeito era andar de bota.







Resolvi subir num degrau de plantação de arroz para tirar foto de uma mulher trabalhando na lavoura com um bebê pendurado nas costas. Andar ali era como pisar em ovos, bem arriscado! Depois que tirei a foto lá em cima pisei num ponto de terra mais encharcada e deslizei! Desci barranco abaixo me sujando de lama...a câmera ficou intacta...mas minha bota! Ahh que trabalho o Everton teve pra lavar! Eu nunca ri tanto de mim mesma como aquele dia!!!



Nota (por Everton): Estou tendo que editar os vídeos no Tablet e apesar de gravar as imagens em HD, não consegui nenhum editor que gere o video final em HD, por isso a qualidade está ficando ruim... Se alguém tiver um bom editor para Android pra indicar, que gere videos em HD, será muito útil! Obrigado!

Um comentário:

  1. Que MARAVILHA!!!!! SENSACIONAL!!!!! Vocês não imaginam como é bom acompanhá-los.... sempre ansioso por uma nova postagem!!

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