Casal Mundo Afora - Registros de uma viagem mundo a afora.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Travel log #15 Chegamos em Mianmar!



(por Everton)

Ontem chegamos em Yangon, a maior cidade e ex-capital de Mianmar (ou Birmânia).

Aqui todos usam uma espécie de saia, chamada de longyi e o que diferencia o uso entre homens e mulheres é somente a forma de amarrar. Comprei um longyi e fiz sucesso entre os locais!



É muito comum ver as mulheres usando uma tinta no rosto. Isso nada mais é do que um protetor solar natural, feito a partir de uma árvore (pelo que entendemos, chama-se 'Ta na ka').



As feiras livres é o que chamaram muito a atenção pela forma que acontecem: nas ruas, no chão, sem nenhuma estrutura, refrigeração e com uma duvidosa higiene.






Acho que o povo daqui foi o mais caloroso que conheci até agora. Os sorrisos tímidos e curiosos são vistos em praticamente todas as pessoas... mesmo sem falar inglês, muitos tentam se comunicar de qualquer maneira.



Este país permaneceu muitos anos fechado para o resto do mundo, com sérias restrições econômicas e um duro governo para o povo. Os locais eram proibidos até de conversar com qualquer estrangeiro!

A situação começou a mudar cerca de 3 anos para cá e o país começa a dar os primeiros passos em direção à ocidentalização. Isso é uma pena, pois o país é riquíssimo em uma cultura quase imutada de mais de 50 anos atrás. Estar aqui é como viajar ao passado e muito complexo para explicar em poucas linhas. Vamos contar um pouco mais sobre nossa experiência em breve... Este post é só pra mandar um sinal de vida para nossa família e amigos e deixar algumas fotos tiradas em nosso primeiro dia passeando por aqui!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Travel log #14 - Tailândia e ainda um pouquinho de Malásia e Cingapura



(Por Lisa)
A Malásia foi um país que superou nossas expectativas! Adoramos a diversidade de comida, o transporte eficiente de uma cidade para outra, a modernidade das grandes cidades e a beleza das praias.
Embaixo da água, por enquanto eu só posso com snorkeling, mesmo assim foi emocionante ver a vida aquática e bem colorida na ilha de Perhentian. Além de inumeros diferentes peixes, cardumes, corais, conchas, arraias, vimos os tão assustadores tubarões que passavam curiosos há uns 3 metros de nós. Não tive medo pois eram filhotes com cerca de 50 cm.



Depois desse lugar, resolvemos ficar 2 dias em Kota Bahru, cidade do interior no norte do país, para sentir o lugar e não apenas passar por ali, já que essa cidade tambem é fronteira com a Tailândia e muitos apenas só cruzam por ali. Com uma feira de comida maravilhosa, experimentei arroz azul com peixe assado e encontrei ...essa eu não esperava! pudim de leite e pudim de pão num quiosque de doces, tão gostosos quanto os nossos!
A maioria do povo na Malásia é muçulmano e em todos os hotéis que ficamos tínhamos que tirar os calçados para entrar, e assim também foi na capital em Kuala Lumpur, aliás outro lugar cheio de feiras de comida! Lá experimentamos a famosa fruta Durian! Eu gostei, apesar do cheiro forte que fica em todo lugar depois de comer isso! Talvez por esse motivo seja proibido de comer essa fruta nas estações de metro e nos hotéis em Cingapura.

Em Cingapura muitas coisas são proibidas e só funciona porque além de proibir existem multas que são aplicadas. Faz jus ao apelido da qual é conhecida "cidade das multas"! Vamos a elas: por vandalismo, multa de U$ 5.000,00; por fumar em local proibido, multa de U$ 500,00; por jogar lixo na rua, multa de U$ 1.000,00; por mascar chiclete, multa de U$ 1.000,00; por não dar a descarga sanitária,  multa de U$ 500,00, por cuspir no chão, multa de U$ 5.000,00! São ótimas, não é?  Por pouco não levo uma multa dentro do metrô, onde estava tomando um gole de água da garrafinha, quando o Everton viu a plaquinha... proibido beber ou comer ali, multa de U$ 500,00!

Mas voltando a nossa aventura, partimos de ônibus até a fronteira no sul da Tailândia, em Sungai Kolok, e dali fomos de trem - terceira classe - até a cidade de Hat Yai. Essa viagem que durou 5 horas foi tensa, pois havia 2 militares com metralhadoras em cada porta do vagão. Em cada estação que o trem parava havia fotos do rei e mais homens com armas para "garantir" a segurança. Sim, estávamos em solo perigoso por conta de um movimento separatista que luta pela separação do sul da Tailândia, a qual são muçulmanos e querem a independência da monarquia.






Após nossa chegada sã e salva, continuava apreensiva pois nesse novo lugar e recém chegado não se fala inglês! Esse é um dos únicos países da Ásia que não teve nenhuma influência de colonização por parte de potências europeias, assim, seu alfabeto é direferente do padrão ocidental.

Dormimos nessa cidade para no outro dia cedo prosseguirmos com o trem por mais nove horas pra fazer 260 km, na terceira classe, o que significa ficar sentado em banco de madeira sem estofamento e assistir ao povo ali dentro jogar todo e qualquer tipo de lixo janela afora! Isso é um costume muito feio que observamos aqui, simplesmente joga-se tudo pela janela! Bem, com mais 2,5 h de ferry chegamos finalmente na ilha de Ko Pha Ngan onde passamos 4 dias descansando na piscina do hotel! O que acha de pagar R$ 35,00 na diária deste hotel com piscina de frente para o mar?



Nossos próximos destinos na Tailândia serão a ilha de Ko Tao e depois Bangkok, a capital. Partiremos então para um dos mais incógnitos destinos até agora: Mianmar.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Travel log #13 - Cingapura, Malásia e divagações

(por Everton)

Chegamos na Malásia por sua capital, Kuala Lumpur e após alguns dias nesta magnífica cidade, fomos dar um pulinho em Cingapura, que fica ao sul da Malásia. Cingapura é uma cidade estado, o que significa na verdade um país. Um país de uma única cidade.

Ao atravessarmos a fronteira "terrestre", através da ponte que separa os dois países, já começamos a ver a enorme diferença com qualquer outro país que já conhecemos. É claro que já tínhamos lido sobre Cingapura e sua modernidade, mas só viajando para sentir o que é este lugar. Pela primeira vez, tivemos a impressão de estar em um lugar ainda mais moderno que a Suíça. Pelas palavras da Lisa: "eu nunca estive em uma cidade tão linda em toda a minha vida". De fato, a cidade é maravilhosa!


A modernidade está em tudo, nos sistema de transporte, nos prédios... Tudo é limpo, organizado e muito bem estruturado. Cosiderada uma cidade cara, ficamos surpresos com os preços bem similares ao do Brasil, ou seja, o custo de vida no Brasil está altíssimo! O mais curioso talvez seja o fato de que o país foi construído por pessoas de 4 distintas nacionalidades: britânicos, malaios,  chineses e indianos. Por este motivo, são quatro as línguas oficiais e toda e qualquer placa informativa está escrita nessas quatro línguas. É curioso observar como povos tão diferentes conseguiram construir uma cidade tão moderna.

De frente à baía fica o centro financeiro e principal cartão postal da cidade. Seus magníficos prédios espelhados refletem as estrelas e um passeio pelo pier à noite é extremamente prazeroso.



Um unico detalhe que nos chamou a atenção: eram 21h e muitas luzes continuavam acesas nos vários andares dos prédios. Fiquei pensando nos trabalhadores que, de tão ocupados pra entregarem seus projetos, não deviam nem ter tempo de olhar pela janela a magnífica vista que os cercava. Lembrei-me das madrugadas em claro que já passei trabalhando, implantando sistemas e me identifiquei com aqueles trabalhadores que, mesmo sem saberem, contribuíam em manter o visual da baía ainda mais bonita, com as luzes dos prédios acesas.

Cingapura é uma cidade que realmente vale uma visita!





Malásia e as estratégias conta o consumo de álcool

Desde que chegamos na Malásia e passamos por Cingapura, notamos a dificuldade enorme de se encontrar qualquer bebida alcoólica. Vocês podem até duvidar, mas nem os mais jovens na Malásia sabem o que 'beer' significa.

Com um calor de quase 40 graus, é perfeitamente justificável a 'sede' de tomar 'umazinha' pra refrescar. A gente passa o dia transpirando por todos os cantos, toma 4 litros de água e não temos nem vontade de fazer um xixizinho, já que tudo evapora antes de chegar na bexiga. E então, a gente entra sorridente na vendinha, no mercado, no boteco, louco pra tomar qualquer coisa, nem que seja uma SKOL, mas eles nem sabem o que significa cerveja!

Apesar de termos visto alguns bares na capital Kuala Lumpur, onde é um pouco mais fácil encontrar um 'pub', nas outras regiões do país a coisa é bem diferente. Em nossa última parada da Malásia, em Kota Bahru, cidade que fica em uma região fortemente islâmica, depois de muito procurar e perguntar, encontramos um pub e perguntamos o preço. Atenção: R$25,00 por meio litro de cerveja! E não era nenhuma Jokers (www.cervejariajokers.com.br), não! Na mesma região, uma janta custa cerca de R$ 7. Uma janta completa, incluindo sobremesa. Sério! Eu e a Lisa saímos pra jantar duas noites e comendo MUITO bem, a conta dava não mais do que R$7,00 por pessoa. Um prato tipico a base de arroz, que eles geralmente comem, custa o equivalente a R$2,00.

Conversei com o cara do pub e disse que no meu país eu compraria 4 ou 5 cervejas pelo mesmo preço. Então ele disse que por ser uma região bem islâmica, existem altos impostos sobre bebidas.
Tudo bem que o Islã proíbe o consumo de 'drogas', mas veja a estratégia: eles colocam tanto imposto que uma cerveja acaba custando mais que 10 refeições padrão. Isso explica por que nem os jovens sabem o que a palavra 'cerveja' significa.

O outro lado

Já hospedamos muçulmanos em nossa casa no Brasil e não temos o menor preconceito sobre a religião e ou cultura de cada indivíduo. O interessante é que aqueles jovens em nossa casa, disseram que não bebiam álcool e nem fumavam, pois no entendimento deles o corpo os é 'emprestado' quando nascem e eles precisam devolver quendo morrem. Filosofia que achei bastante interessante e explica o porque deles não consumirem álcool e tabaco: a manutenção do corpo em boa forma.

Isso, entretanto, não vimos por aqui. Apesar de não consumirem álcool (com uma ajudinha do governo pelos elevados impostos), eles fumam mais que os franceses! Parece até uma obrigação aqui entre os muçulmanos da Malásia e da Indonésia (Jakarta): eu diria que 95% dos homens são fumantes. E bem ativos.

Vou deixar as conclusões com vocês, mas, na minha humilde opinião, o poder viciante do cigarro é centenas de vezes maior que do álcool. Agora, o que leva as autoridades islâmicas a autorizarem os seus devotos a fumarem vários cigarros por dia e proibirem uma 'santa' cervejinha ao final de um dia de 40 graus? Qual droga é pior? Quem define o que é droga e o que não é?

Que tipos de influência será que o lobby (e o dinheiro) da indústria do cigarro têm por aqui?

A verdade é que saímos da última cidade da Malásia sem que eu tomasse a minha 'sagrada' loura em Kota Bahru. Preferi não dar 4 vezes o preço de uma cerveja para o governo.

Agora estamos na Tailândia, em Sungai Kolok. Acabamos de cruzar a fronteira e estamos esperando pelo trem. Detalhe: já tomei duas 'geladas' aqui, só pra descontar o que não pude fazer na Malásia. R$5,00 uma garrafa de 600ml. Quando perguntei à atendente se aqui eu podia beber na rua, já que na Malásia isso é proibido, ela só me respondeu com um sorriso: 'A Tailândia é um país livre'. Eu respondi: 'Já estou gostando do seu país!'

domingo, 10 de maio de 2015

Travel log #12- Malásia 40 graus - Perhentian Islands

(por Everton)

Este post é só pra mostrar um pouco o paraíso que chegamos ontem, aqui na Malásia. As ilhas Perhentian, na costa leste do país. Sabe aqueles filmes que mostram ilhas paradisíacas? Este é o lugar!!



Céu perfeito. Águas quentes e muito transparentes. Muita vida marinha e nada de poluição.



Até agora, a mais bela praia que já conhecemos!

Aproveitei pra fazer um mergulho, além do snorkeling que tinhamos feito ontem e, mesmo a 16 metros de profundidade a água ainda estava 30 graus!


E aí na sua cidade, muito frio?? :)

Um abraço!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Travel log #11 - Bali e Jacarta

(por Lisa)

Em Bali visitamos praias próximas a praia de Kuta, onde estávamos hospedados, e depois fomos para Ubud, uma cidade bem próxima dali, cerca de 40 km de distância, mas 2 horas de percurso. Não vimos onde terminava uma e começava a outra, mas vimos de perto a superpopulação. Por onde se anda e pra onde se olha tem indonésio e isso percebemos também no outro dia, quando alugamos um carro e andamos pelo interior, rumo a conhecer o maior terraço de arroz da ilha de Bali, o famoso Jatiluwih. Foram mais duas horas dirigindo por outros 40 km nas precárias estradinhas só para realizar meu sonho de conhecer os terraços de arroz! Não poderíamos deixar de conhecer as plantações do que eles comem nos café, almoço e jantar. Pudemos ver e tocar os diferentes tipos e cores de arroz ainda na planta.



Ubud também é conhecida por suas aulas de yoga! Lá fui eu para o lugar mais famoso da cidade, o tal de Yoga Barn Studio. Mesmo pra quem não curte esse "esporte", vale a pena ao menos passear nesse lugar tão aconchegante com áreas verdes, girassóis, terraço de arroz, sofás e uma infraestrutura muito bonita. Além de Yoga, também ofereciam massagem e capoeira. Agora pra quem gosta (daí você pode continuar a leitura)...vai ser difícil escolher qual aula fazer! Escolhe ai: Acro Yoga, Alchemy of Breath, Embodied Flow, Gentle Yoga, Hatha Flow, Hatha Yoga, Iyengar Yoga, Kundalini Yoga, Morning Flow, Nada Yoga, Power Yoga, Pranayama, QI Gong, Restorative Yoga,  Tight Guy Yoga, Vinyasa Flow, Vinyasa Slow, Women's Balance Yoga, Yin Yoga, Yin Yoga Healing,  Yin & Meditation,  Yoga Nidra e Yoga Therapy.

Foram muito boas as duas diferentes aulas que fiz, Yin e Vinyasa, sala cheia mas apenas turistas praticando, inclusive poucos eram os professores indonésios. Então, todo nativo que cruzasse meu caminho e falasse inglês, eu puxava o assunto de Yoga, questionando se isso era mesmo coisa pra turista pois até onde eu sabia, isso fazia parte da cultura deles, já que em Bali se pratica hinduísmo. Descobri então que yoga fez parte do passado das vovós daqui e que foi morrendo com o tempo mas que vem se tornando uma tendência novamente... mas para atrair praticantes e professores de yoga. Mesmo assim o povo é bem zen.

Ubud teve as melhores  vitrines de toda a viagem (até aqui) e gostaria de poder comprar um vestido por loja...mas o tempo todo eu tinha alguem para me lembrar que no momento sou mochileira e tudo o que eu queria não caberia na mochila, então amigas quando vierem visitar a Ásia, deixem Bali como ultimo destino, para voltarem bem contentes pra casa!

Visitamos também a floresta dos macacos, onde eles são muito engraçadinhos...comem tudo o que encontram ou o que ganham, tiram piolho, fazem massagem, sobem no ombro, arrancam óculos e comida de turistas menos avisados.



Voltamos para a praia de Kuta, para mais 4 dias de férias das férias e lá encontramos um memorial exatamente onde em 2009 havia uma boate e onde morreram mais de 200 pessoas, por conta de um carro bomba. Hoje nesse lugar citam os nomes dos que morreram, a maioria turistas incluindo 2 brasileiros. Esse atentado terrorista foi provocado por radicais islâmicos.Nosso taxista contou que naquele dia ele estava com 3 clientes no carro e passando próximo à boate. Um dos rapazes estava com a cabeça e o braço para fora do carro, olhando o movimento na rua, quando de repente ele viu a explosão, ou pior, nunca mais viu por um olho. Estilhaços do parabrisa atingiram-no, o que o deixou cego de um olho e com sequelas em um dos braços até hoje. Ele teve ferimentos que o deixaram internado por um ano. Já o cliente ao seu lado morreu na hora.

Outra história triste foi ver os "Bali Nine", como se dizia por aqui nos noticiários, os nove condenados a pena de morte. Com uma lei severa dessas, se imagina quando estamos de longe, que por aqui é muito difícil comprar drogas, certo? Não! Nas vezes em que saímos a noite, apenas caminhando nas calçadas em frente aos pubs, foram inúmeros os jovens indonésios nos oferecendo drogas... e de tudo! É triste por um lado ver uma lei tão dura como a pena de morte e por outro lado vistas grossas à venda e ao consumo interno!

Dissemos "Bye Bali" e seguimos para Jacarta, capital do país, sediada na ilha de Java. Já no aeroporto vimos uma sala de oração! Chegamos no parte islamica do país, religião onde as orações comecam cedo...tem mesquita para orar em todo lugar como em museu, em empresas, em escolas, rodoviária, etc.
Chegamos lá bem no dia em que o brasileiro foi executado. Em geral, a opinião das pessoas é de que concordam com a execução dos condenados, pois já que é lei, deve ser cumprida. Aqui também está na lei que se deve parar no sinal vermelho e usar capacetes, mas essas leis (citando só 2 exemplos), a grande maioria não respeita. Sentimos que o presidente é tratado com imenso respeito pelo povo, e se o presidente tem uma postura, as pessoas parecem concordar sem questionar muito.




A cidade é enorme, lembra São Paulo, com muita disparidade social e poluição. Vimos rios muito sujos, piores que o Tietê, além do urbanismo de Jacarta não ser amigo dos pedestres. Praticamente não há calçadas transitáveis e as poucas que encontramos haviam carros estacionados. Muitos bueiros e galerias abertas, onde deveriam ser as calçadas. É muito difícil atravessar as ruas, mesmo tendo faixa de pedestre e o sinal aberto para atravessarmos, os motoristas simplesmente não param!! O Everton quase foi atropelado por um Baj-daj, que é o tuc-tuc aqui da Indonésia.



Andando pela parte bonita da cidade, fomos no principal ponto turístico, o Monumento Nacional. Lá de cima se vê toda a cidade. Nos sentimos celebridades nas ruas de Jacarta! Na primeira quadra ao deixar o hotel fomos parados por dois homens que pediram  para tirar fotos de nós e junto de nós! Até então só o contrário tinha acontecido! Bem, isso prosseguiu por todo o tempo em que ficamos lá, é curioso de ver como turista ainda chama muito a atenção deles. Imagine minhas primas e amigas loiras e de olhos azuis que sucesso fariam!
Pelo menos em Jacarta, nosso hotel tinha água quente para o banho e assim meus banhos deixaram de bater recorde em velocidade. Banho frio ninguém merece! A menos que você goste!

Até o próximo post!

Para mais fotos, clique aqui!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

E a juventude vai escoando entre os dedos.


Olá pessoal!

Ainda estamos em Jakarta, Indonésia e amanhã vamos à Malásia. Muito em breve postaremos sobre todas as nossas experiências e impressões da Indonésia, incluindo a visão do povo aqui sobre drogas e a execução dos condenados.

Hoje não vamos falar da viagem, estou apenas postando um texto excelente que recebemos do My Friend Douglas...




Era uma vez uma geração que se achava muito livre.

Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa.

Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas no interior.

Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.

Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.

Frequentou as melhores escolas.

Entrou nas melhores faculdades.

Passou no processo seletivo dos melhores estágios.

Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão.

E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes.

Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.

Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.

O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo.

O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício.

O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.

Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir.

Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.

Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent.

Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.

Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.

Mas para a vida, costumava ser não:

Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.

Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.

Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.

Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.

Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.

Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.

Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.

Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.

Só não tinha controle do próprio tempo.

Só não via que os dias estavam passando.

Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.
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A fonte que encontrei foi: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/a-triste-geracao-que-virou-escrava-da-propria-carreira-2/