(por Lisa)
Lembram da sanguessuga que me pegou? Não!? Então você não leu o Travel log #6. Eu jamais vou esquecer! Disseram que depois de 3 dias começaria a coçar onde ela se grudou, fiquei contando os dias e no quarto dia fiquei feliz por não passar por essa! A coceira horrosa chegou no oitavo dia e durou mais uns 5 dias, pelo menos!
Também vimos animais incríveis como os Wallabys, na pequena cidade de Lismore, que são muito parecidos com os cangurus, porém menores. Passeamos por Nimbin, uma cidade vizinha e menor ainda, a qual tínhamos lido a respeito e ficamos curiosos para ver a cidade dos Hippies. Ao chegarmos, vimos um povo pra lá de alternativo! Tinham os turistas jovens e os nativos... homens de idade usando roupas de hippie, todos visivelmente adeptos da cannabis. Não gostamos nem um pouco do clima desse lugarejo e muito menos de alguns "senhores" que se achavam donos das ruas e vinham em minha direção me proibindo de tirar fotos ali! Não se fazem mais hippies como antigamente. Onde ficou a "paz e amor"?
Seguimos para Sydney, ver a Opera House e fazer piquinique na praia de Tamarama. Não foi nada de farofa não... piquinique chique, usando a churrasqueira! Muito legal a piscina que tem na praia de Bondi Beach, alimentada com a água do mar.
Mas foi somente em Melbourne, e no ultimo dia de passeio pela Austrália é que vimos os cangurus, as koalas, os dingos (tipo um cachorro selvagem), o plátipo (um estranho animal aquático), o diabo da Tasmânia (esse é muito feio e acho que isso explica seu nome) e outos animais nativos como o wombats (fofo como koala mas com cara de um roedor gigante). Para ver de perto esses animais típicos da Australia, fomos até Healsville Sanctuary, a uma hora de Melbourne. E vale a pena pagar um pouco a mais para ver o show dos pássaros que voam a céu aberto dando rasantes sobre a cabeça do público que se diverte sentado assistindo a obediência dos pássaros. O percurso para se chegar nesse lugar, também foi lindo! Passamos pela região dos vinhos, bem ao lado da Chandon, a champagne mais famosa que conheço. Era outono e muito agradável de ver a cor das folhas se tornando avermelhadas com um céu azul de fundo.
Para mim os últimos dias na Austrália foram de alegria por estar ali, onde tudo é bonito mas de certa ansiedade em ir ao desconhecido sudeste asiático. Eu tinha receio do banho frio, da comida, da lingua diferente e...de que eu não gostaria! E eu não gostei! mas isso foi nas primeiras horas, com o choque térmico dos 30 graus na noite da chegada (e eu usando um meião de lã por baixo da calça), por ser explorado pelo taxista sem taxímetro, e pelo primeiro banho frio...o qual foi congelante mesmo no calor (não lembro há quantos anos não tomava banho frio!). Mas tomando emprestada essa frase sobre Bali: a primeira impressão não é a que fica!!!
No primeiro dia achamos tudo estranho, ruas muito estreitas, mais da metade dos carros que circulam são de taxi, alto movimento de motos, com aqueles que andam na contra-mão e aqueles que andam em cima da calçada...quando essa existe! Ficamos muito surpresos com o culto a religião Hindu! A cada manhã eles colocam uma cestinha de palha em frente ao comercio. Ali tem folhas verdes, flores, arroz cozido, um incenso ou cigarro e água. Vimos várias vezes eles fazerem o ritual de acender o incenso quando colocam a cestinha no chão.
Logo entendemos que por aqui tudo gira em torno do turista. Há tanto comércio que é impossível você andar sem estar com a cabeça virada para o lado olhando o que tem lojinha-após-lojinha! As vezes, eu não queria comprar, apenas saber o preço, olhar melhor o material e andar um pouco mais pra ver outras coisas (mulheres me entendem!) Aqui isso não funciona nos camelôs! Todos começam com valores altos, e o que você paga depende de quanto se pechincha. Isso é muito chato, pois você não sabe quanto vale aquilo e eles insistem e dizem "you price", como quem diz "você faz o preço". Nem sempre é fácil se livrar, mas achei uma técnica ... eu olho para o Everton e digo a eles: "desculpe, mas ele não gostou!" e assim não insistem.
Estava contente com o fato de que eu não precisaria fazer mímicas para se comunicar pois o povo aqui se vira bem no inglês. Poucos são fluentes e a maioria fala o básico num sotaque bem engraçado, onde trocam o "F" por "P", por exemplo quando terminou a massagem a moça querendo dizer "Finish", disse "Pinish"! Talvez isso tenha influência do "coffee", que em indonésio é "kopi". Bem, falando em café, eles possuem um dos cafés mais caros do mundo, pois é, nem tudo por aqui é barato! Dizem que o café de Civet ou kopi Luwak, tem maior qualidade porque o animal silvestre Civet, seleciona as sementes de café que ele come e durante a digestão as enzimas e bactérias do animal fornecem uma qualidade superior as sementes que passam intactas pelo intestino. Assim, os grãos inteiros de café são processados e defecados e vendidos como um café bem especial! Nós experimentamos o "cafezes"!! Foi num supermercado, onde tinha degustação e o pacotinho com menos de 100 g era vendido por 25 dólares. Ahh! Sobre o gosto? Forte, mas simplesmente café!
Completei meus 4.0 na praia de Kuta, em Bali! Foi o aniversário mais diferente que eu poderia ter!
Como dia 15 de abril é uma data muito importante...hehe... tinha festa religiosa (Hindu) por aqui...daquelas que só acontecem duas vezes por ano. Então, depois de surfar, comprar presentinhos numa loja com preço na etiqueta (para não precisar pechinchar), e almoçar num restaurante típico, comendo com garfo e colher (pra que faca?!), fomos observar a festa, onde na cultura deles, levam cestas com oferendas nos templos, onde as mulheres vão muito bem trajadas com blusas de rendas, sarongs e cintos de tecido e apliques nos cabelos também bem penteados! E nesse dia eles me conquistaram! Todos me autorizaram e descobri que adoram ser fotografados! Que povo humilde e simpático!
Apesar de que não conseguimos ver um pôr do sol sossegado na praia ou ter uma simples conversa sem ser interrompido a todo instante por alguem vendendo alguma coisa. Seja produtos como pulseirinhas, chapéus, arco e flecha (??), chinelos, e acreditem...até cigarros! Seja serviços como massagem nos pés, nas costas, no corpo, tatuagem de henna, trancinha em cabelo. Infelizmente dizer "não, muito obrigada" ou "já comprei, hoje não", é o mesmo que dizer "ok, fique ai e continue insistindo". As vezes me sinto um pouco mal em me fingir de surda, pois ignorando é uma maneira de eles desistirem e seguirem até o proximo turista.
No dia seguinte, o Everton estava inspirado a iniciar com o surf. Ele ja estava decidido em aprender desde que estivemos em Byron Bay na Austrália. Que orgulho de ver ele subindo na primeira onda sobre uma long board! Fomos mais algumas vezes surfar no mar do Índico!
Passei do receio à paixão pelo lugar! Assim resolvemos estender alguns dias por aqui já que a sensação é que EVERY DAY IS SATURDAY!